Há 40.000 anos o homem pintava nas paredes das cavernas
touros e bisões, renas e cavalo, o que era denominado pictografia.
No desenvolvimento da escrita, o
homem substituiu a representação visual pela sonora. O sinal se libertou
do objeto e a linguagem adquire a sua verdadeira natureza que é oral. A
humanidade é possuidora da razão, possibilitando a comunicação e o
relacionamento com outros homens.
Na antiguidade, o conhecimento era transmitido oralmente.
Por isso, a arte da oratória era base dos ensinamentos, sendo através do diálogo
que os mestres ensinavam os aprendizes. Em função das
dificuldades de publicar e divulgar as obras escritas, o leitor era um ouvinte,
onde leitores e não leitores tinham mais contato no sentido de ressignificar os
textos. Os textos eram escritos em volumes, rolos de papiros, um dos
primeiros de registrar os pensamentos.
A leitura e a escrita estavam restritas a poucos
privilegiados. Na Grécia, restringia-se aos filósofos e aristocratas, enquanto
em Roma a escrita tornou-se uma forma de garantir os direitos dos patrícios às
propriedades. Na Idade Média, uma minoria era alfabetizada, as igrejas, os
mosteiros e as abadias converteram-se nos únicos centros da cultura letrada. Nos
mosteiros e abadias medievais encontravam-se as únicas escolas e bibliotecas da
época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos da herança
greco-romana.
A educação formal entrou em crise
na Alta Idade Média, ficando restrita basicamente ao meio clerical.
Durante o período merovíngio, a igreja manteve escolas episcopais para
garantir a formação do clero, enquanto dentro dos mosteiros
realizava-se a leitura e a cópia de documentos escritos
e de alguns livros das civilizações grega e romana.
A leitura tinha o caráter religioso, não tendo obrigação de ensinar a ler
aqueles que não fossem seguir a vocação religiosa, assim, a igreja passou a
monopolizar a censurar as obras que seriam transcritas. A escrita tornou-se um
símbolo sagrado, com isso, a igreja veiculou a ideia de que os indivíduos laicos
tinham que respeitar sem contestar os ensinamentos sagrados, devendo apenas
escutá-las e memorizá-las.
Durante muito tempo, a leitura ficou atrelada à esfera
clerical, porém, em meados do século XI, com o aumento das atividades comerciais
e manufatureiras, que provocou o crescimento das zonas urbanas, a igreja começou
a perder, pouco a pouco, o poder sobre o ensino. A escrita avançou então além
dos muros da igreja, chegava também ao alcance dos leigos.
Devido ao desenvolvimento econômico e social, aumentou a
necessidade de instrução da população. Com isso, a implantação de escolas
públicas gradativamente passou a crescer.
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